sábado, 22 de agosto de 2009

Environmental History e Sua História





Por Douglas Barraqui



A década de 1970, em plena guerra fria, que começa a se formular, em meio a conferências que discutiam crises ambientais, a Environmental History (História Ambiental). Indo muito mais além de um mero movimento ambientalista no ceio da historiografia, tinha um objetivo moral, com forte compromisso político, mas, ao passo que amadureceu em seu eixo, transformou-se em um importante e fundamental empreendimento acadêmico [1] para produção do conhecimento.


É em 1970 que surgiria, na Universidade da California em (Santa Barbara), o primeiro curso “American Environmental History” [2], e seriam significativos, a fim de aparar as arestas desse novo campo, os estudos de Roderick Nash: “The state of Environmental History” (A situação da história ambiental) [3] eAmerican Environmetal History: A new teaching frontier” (Historia Ambiental Americana: Uma fronteira nova doutrina) [4]. A Environmental history, portanto, é uma criação do âmbito científico universitário americano.

Ainda em 1970 seria criado o dia da terra (todo dia 22 de abril) e o EPA – Environmental Protection Agency (Agencia de Proteção Ambiental). Era a nova historiografia indo de encontro à sociedade [5]. Levanta-se, também, a dúvida referente à historicidade do movimento, de caráter ecológico, que manejou um novo olhar para o passado do homem e sua interação com seu meio natural [6].

Na Europa, a escola dos Annales com sua história problema, saqueando as disciplinas do homem com a interdisciplinaridade, em 1974, lança a revista “Histoire et environmement”, dedicando uma atenção especial a nova temática. Marc Bloch, Lucien Febvre e Fernad Braudel, demonstravam sinceras simpatias com a relação homem e seu espaço natural: Bloch com estudos sobre a vida rural na França; Febvre em seus textos de geografia social e Braudel com sua concepção de que o ambiente molda a vida humana, destaque para a sua obra sobre o Mediterrâneo [7].

Em 1976 é criada a “American Society for Environmental History” (Sociedade Americana de História Ambiental) e também a revista “Environmental Review” (Revisão Ambiental) [8], lançando uma interpretação ecológica da historiografia [9]. Então, em 1990, viria o reconhecimento definitivo da Environmental History, na mesa redonda organizada pelo “the Journal of American History” (Jornal Americano de História).

A Environmental History não pode ser encarada como um mero movimento ambientalista no ceio da historia, um modismo passageiro e tão pouco simplesmente como uma história do ambientalismo. É uma denuncia publica? Sim, mas é também um ramo de produção do conhecimento com fundamentais reflexões e embates filosóficos e historiográficos. Significando, portanto, um esforço para proporcionar à historiografia maior campo e amplitude narrativa.


Notas:


[1] WOSTER, Donald. The ends of the Earth – perspectives on modern environmental history. Cambridge, University Press, 1988. Traduzido por: José Augusto Drummond do original “Doing environmental history”. Pg. 01. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/85.pdf . Acesso em 27 agosto de 2009.

[2]MERCHANT, Carolyn. Major Problems in American Environmental History. Lexington, 1983.

[3] WOSTER, Donald. The ends of the Earth – perspectives on modern environmental history. Cambridge, University Press, 1988. Traduzido por: José Augusto Drummond do original “Doing environmental history”. Pg. 02. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/85.pdf . Acesso em 27 agosto de 2009.

[4] NASH, R. American Emvironmental History: A new teaching frontier. Pacific Historical Review, 363 (1974), 362-372.

[5] WALLACE, K. No turning back. N. York, 1994, Pg. 28-55.

[6] WALL, Derek. Green History. N. York, 1994. Pg. 1-3.

[7] WOSTER, Donald. The ends of the Earth – perspectives on modern environmental history. Cambridge, University Press, 1988. Traduzido por: José Augusto Drummond do original “Doing environmental history”. Pg. 03. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/85.pdf . Acesso em 27 agosto de 2009.

[8] A Revista sofreu várias transformações no seu título. A primeira fase da publicação até 1983 foi coordenada por John Opie, altura em que lhe sucedeu J. Hughes.

[9] MERCHANT, Carolyn. Major Problems in American Environmental History. Lexington, 1983.


Bibliografias:

MERCHANT, Carolyn. Major Problems in American Environmental History. Lexington, 1983.

NASH, Roderick. American Emvironmental History: A new teaching frontier. Pacific Historical Review, 363 (1974), 362-372.

WALLACE, K. No turning back. N. York, 1994, Pg. 28-55.

WALL, Derek. Green History. N. York, 1994. Pg. 1-3.

WOSTER, Donald. The ends of the Earth – perspectives on modern environmental history. Cambridge, University Press, 1988. Traduzido por: José Augusto Drummond do original “Doing environmental history”. Disponível em: http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/85.pdf . Acesso em 27 agosto de 2009.

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